sábado, 29 de novembro de 2008

'É digavar. É digavar. É digavar, é digavar digavarzinho!'

É assim que me sinto. Digavar. Ou 'divagar'. Ou, ainda, devagar.
Divagarei portanto.
Ah! Como as coisas mudam!
Como já diria meu bom amigo Nando, 'não tenho mais a cara que eu tinha'. Na verdade, não sei o que restou do que um dia fui. Pouco. Ou não?
Ao mesmo tempo que conheço coisas que antes sequer imaginava, me vejo voltando ao estado original. Ao passo que me sinto GRANDE, pareço menor. Sinto como se aquela menina dos óculos estranhos estivesse bem aqui. Só que ela não está faz tempo..
A cara mudou, as roupas mudaram, os gostos mudaram, as noções de bem e de mal, os sonhos, os paradigmas, as músicas, os gostos, as palavras, os amigos!
Já não dá pra mim! De repente tudo ficou claro. Ficou pequeno. E a inquietação que outrora se conformava dentro de mim resolveu, de súbito, SAIR! Ela resolveu brincar comigo. Rir da minha cara. Me desafiar..
Daí eu fico assim: Slow Motion.. Tentando me adaptar e ao mesmo tempo lutando contra.
Vai entender.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008


Então, assim, de relance, me dei conta de quão GRANDE é a vida..

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Negação

Uma mulher foi levada à Corte a pedido de seu vizinho. Esse vizinho acusava a mulher de ter pego e danificado um vaso valioso. Quando chegou a hora da mulher se defender, sua defesa foi tripla: "Em primeiro lugar, nunca tomei o vaso emprestado. Em segundo lugar, estava lascado quando eu o peguei. Finalmente, Sua Excelência, eu o devolvi em perfeito estado".
...
Achou um absurdo? Loucura? Pois não se engane, esse tipo de coisa não é privilégio dos loucos. Falaremos BEM MAIS sobre isso. Só que mais tarde.

domingo, 28 de setembro de 2008

Ensaio sobre a verdade.


Estava assistindo ao episódio de Smallville em que Chloe, depois de exposta à ação da kriptonita, passa a 'arrancar' a verdade das pessoas, se tornando uma espécie de detector de mentiras. Quando ela faz perguntas, as pessoas simplesmente sentem o impulso de dizer e dizem! Isso me fez pensar em algumas coisas..

Parece formidável, em um primeiro momento, saber a verdade acerca de tudo e todos. Imaginem: Ter respostas para todas as perguntas e saber que não se tratam de mentiras. Mas os resultados dessa habilidade são arrasadores para a Chloe e, imagino, para qualquer um que estivesse em seu lugar.

Primeiro, pensei em como seria se EU tivesse esse poder. Que coisas gostaria de ouvir? Que pessoas gostaria de questionar? Que segredos desvendar? Que mistérios revelar?

Depois, pensei na outra face da moeda: E se alguém, munido dessa capacidade, me questionasse? O que eu revelaria? O que me causaria pânico dizer? O que essa pessoa ouviria? O que ela gostaria de saber? O que pensaria de mim depois de revelado o conteúdo de meus mais profundos esconderijos? E como eu me comportaria diante disso?

A verdade pode ser uma coisa perigosa e sofrida. Como quando Chloe descobre que a vida da melhor professora do colégio era uma farsa, e esta era, na verdade, procurada por homicídio. Chloe arrasa a vida da professora e do filho quando revela este fato. E o fardo de carregar um segredo pode ser muito pesado. Como Pete, que precisa se policiar o tempo inteiro para não revelar o mistério de meneia a vida do amigo, Clark Kent.

Concluí que seria muito divertido e agradável ser capaz de saber o que se passa, realmente, na cabeça das pessoas. Mas pensei também que isso pode ser insuportável. É bom saber que as minhas verdades pertencem só a mim, e só revelo a quem, e quando, eu quiser. Os meus pensamentos são o meu lugar, o meu território inviolável, a menos que eu permita. As pessoas só saberão o que me convier que saibam. A recíproca também prevalece, não gostaria de arrombar o âmago das pessoas como porões lacrados. Que a verdade seja liberta apenas quando for cabível, e no mais, é cada um no seu quadrado mesmo.

Drummond, porta voz da minha alma.


As impurezas do branco

O homem: as viagens
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.
Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.
Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto - é isto?
idem
idem
idem.
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Pôe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.
Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem (estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de com-viver.

(ANDRADE, Carlos Drummond de.
As impurezas do branco, 4a. ed. Rio de
Janeiro, José Olympio, 1978 p. 20-2.)


Era TUDO o que eu queira dizer nesse dia! Sabe quando as palavras ensaiam algo dentro de você mas ficam relutantes em sair? Aí você, munido dessa fablosa engenhosidade que é a internet, expulsa as 'crianças' de 'dentro de casa' e obriga-as a ir 'brincar' lá fora. Eu só queria ter um pouco da clareza, da intensidade, da suavidade que ele teve..

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Muito prazer, meu nome é otário!


Eu acredito na sua inocência. Acredito em sua boa vontade e em suas boas intenções.
Acredito no que você diz. Soa falso, mas acredito.
Os seus argumentos são ridículos, mas acredito.
Suas motivações, são um tanto sem sentido, mas acredito nelas.
Sei que a culpa nunca é sua.
Sei que você não teve outra opção, sei que esse sistema é mesmo cruel e você é só mais uma vítima. Eu sei! Eu acredito!
Eu sei que você não é movido por essa manivela capitalista tão excludente.
Sei que seus amigos são todos escolhidos pelo "brilho dos olhos". Sei que amigo é amigo em todas as horas. Acredito que seus gestos são movidos de imenso cuidado, sempre. Afinal, amigo é a pessoa que a gente confia sem rodeios, não é mesmo? Ou era pra ser..?
Não duvido de seus olhos marejados, de sua voz embargada, da sua falta de palavras. Afinal, as pessoas são tão sinceras, não é mesmo? Ou era pra ser..?
Acredito que os casamentos são todos por amor. Ah! Como você é perverso em pensar que a gostosona casou com o velhaço semi-morto por interesse! Eu jamais pensaria uma coisa dessas..
É claro que o Lula não sabia de nada! Que cabeça a sua..
É claro que 'todo mundo tá feliz', Xuxa!
É claro que o Nardoni não matou a própria filha!
É claro que a Copa do Mundo de 1998 não foi comprada!
É claro que a Flora foi presa injustamente!
É claro que não existe suborno nas penitenciárias!
É claro que os candidatos vão cumprir, à risca, tudo que prometeram!
É claro que as 'misses' são donzelas românticas, extremamente preocupadas com a paz mundial!
É claro que Che Guevara foi um herói imaculado!
É claro que o Inri Cristo é o próprio messias!
É claro que Getúlio Vargas suicidou!
É claro que a Globo faz um jornalismo imparcial!
É claro que aquela força toda do Popeye vem do espinafre!
É claro que os delegados envolvidos na Operação Satiagraha pediram pra sair do caso por motivos pessoais!
É claro que o Papai Noel vem no Natal! E a prima dele, Fada do dente, deixa uma boa gorjeta pelos meus dentes.
...
Muito prazer! Me chamam de otário.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Eles e suas mazelas.


Embora quem quase morreu esteja vivo, quem quase vive já morreu. (Luiz Fernando Veríssimo)

O ser humano padece no corpo as feridas de um sofrimento existencial. Ao mesmo tempo, sofre na existência as vicissitudes próprias do fato de ter um corpo: A enfermidade, o acidente, a decadência. (Martoccia & Gutiérrez)

Sigmund Freud. Câncer na boca, provocado seguramente pelos inúmeros charutos que fumava. Foi submetido a 33 operações, numa escalada infernal de dor e desconforto que suportou com extraordinário autocontrole. Pai da Psicanálise.

Charles Darwin. Doença de Chagas, mal estar constante, fraqueza, sensação de desmaio e morte, insônia, dores de cabeça, espasmos, tremores e convulsões musculares, incoordenação motora, calafrios, vertigens e tonturas, manchas negras e estrelas diante dos olhos, taquicardia, poliúria (urina abundante e de cor pálida), ataques violentos de náusea, vômitos freqüentes (em alguns casos se prolongando por dias ou semanas), flatulência noturna, acompanhada de zumbidos nos ouvidos, crises súbitas de eczema que cobriam toda sua cabeça, inchaços em várias partes do corpo e bolhas na pele que arrebentavam, crises de depressão, forte ansiedade, choro histérico e abatimento geral, que o colocavam de cama às vezes por meses a fio. Fundador da Teoria da Evolução.

Magdalena Carmen Frieda Kahlo Calderón (Frida Kalo). Poliomielite contraída aos seis anos, sendo esta a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida. Sua perna direita ficou muito magra e o pé esquerdo atrofiado, causando deformidades permanentes. Uma intensa vida de sofrimentos, tratamentos médicos cirúrgicos e fisioterápicos, passando pela mutilação da amputação de dedos e depois do próprio pé, difícil convivência amorosa com um complicado marido. Pintora mexicana de notoriedade mundial.

Vincent Van Gogh. Psicose maníaco-depressiva (distúrbio bipolar do humor). 150 psiquiatras examinaram Van Gogh, e 30 diagnósticos diferentes foram dados, entre eles: esquizofrenia, sífilis, epilepsia, porfiria aguda agravados por insônia, má nutrição, ingestão de álcool (absinto principalmente). Maior expoente do pós-impressionismo.

Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho). Doença de Hansen, reumatismo deformante e porfiria, esculpia mesmo com as mãos amarradas nos martelos, até a avançada idade de 82 anos e somente parando de trabalhar devido à cegueira que o acometeu. Maior escultor barroco, símbolo da Arte Sacra de Minas Gerais e do Brasil perante o mundo.

Ludwig Van Beethoven. Foi-lhe diagnosticada, aos 26 anos de vida, a congestão dos centros auditivos internos. Desesperado, entrou em profunda crise depressiva e pensou suicidar-se. A doença continuou a progredir e, aos 46 anos de idade, estava praticamente surdo. Um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos.

Stephen William Hawking. Esclerose lateral amiotrófica (rara doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo sem, no entanto, atingir as funções cerebrais, não possui cura). Utiliza um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos seus braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade é praticamente nula. Um dos mais consagrados físicos teóricos do mundo.

Sempre que penso nisso, é como se minha mente desse um nó. Confesso que me sinto um tanto pequena, fraca. O que eu fiz? Em que contribuí? O que me difere dos outros mortais em meio à multidão? Mas isso é mais em um primeiro momento, porque depois.. Ah! Depois eu páro e contemplo! PORQUE O SER HUMANO É IMPRESSIONANTE! E todas as feridas não são capazes de apagar esse fulgor, esse brilho.

Existe sempre o momento, em qualquer situação, onde você pára e decide: O que eu faço agora? Os meus ossos não me sustentam, os meus ouvidos já não ouvem, a dor me corrói, as feridas não cicatrizam, as esperanças estão a um fio, o dinheiro acabou e tudo que me resta é o desespero que me abate. Mas e então? Em que instante essa sede pela vida interfere e proporciona o bálsamo que te faz resistir? De onde vem essa força?

Freud chama de 'pulsão de vida' tudo aquilo capaz de mobilizar a energia humana para a criação, expansão e manutenção da vida. Em contra partida, a 'pulsão de morte' expressaria uma tendência para o retorno à imobilidade (auto-limitação de vida). Se existe uma pulsão de vida e uma de morte, é sinal de que existe uma escolha. E se existe a possibilidade, o que faz com que o homem escolha viver? Não simplesmente viver, porque qualquer um faz. Eu falo de VIVER! Estado de atividade, comportamento, criação, movimento, calor, animação. Eu falo de algo além..

Falo de um homem que, embora devastado pela dor, supunha que quando tudo ia bem demais em sua vida, o texto não saia bom. Falo de um homem que, padecendo de males físicos e psíquicos, fundou a uma teoria sobre a qual o mundo inteiro se debruça. Falo de uma mulher cuja vida recheada de tragédias e dramas, foi o principal ponto de partida de sua obra, inspirando-a e marcando-a de forma incontornável. Falo de um homem cuja sanidade não foi poupada, mas que “queria a luz que vem de dentro, queria as cores que representassem as emoções, que procurava com o vermelho e o verde exprimir as mais terríveis paixões humanas". Falo também de um homem que não se importou em esculpir com as ferramentas amarradas à sua mão. Falo de um homem que, embora praticamente surdo, deixou-nos as grandes obras sinfônicas que são a culminância da música. Falo de um homem cuja doença lhe roubou todos os movimentos, mas não foi capaz de lhe roubar o brilhantismo.

Eu me refiro às inúmeras pessoas, famosas ou não, lembradas ou não, admiradas ou não, que foram mais fortes que as duras penas que a vida pode acarretar. São eles os verdadeiros gênios, cuja vida foi sua notoriedade, o seu baluarte.. O seu troféu.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Som do Coração.


Oi, amigos!
ACABEI de assistir e já recomendo! "O Som do Coração". Se você gosta de filmes de ação, muito sangue, muito tiro, muito homem suado.. Não vai gostar! Mas se você é do tipo que se comove com histórias de pessoas comuns que nos fazem pensar em como a vida é uma coisa linda, por favor, assistam! Eu ainda estou embasbacada.. Apaixonada.
Bjomeliga! =)

Há tantos mundos..!


Juliana desde cedo foi acostumada a agir conforme as expectativas das outras pessoas. Como qualquer boa menina, aprendeu a sentar com as perninhas cruzadas, a comer com a boca fechada, a respeitar os mais velhos. A menininha ficava ali, escondida atrás dos muros de sua feição.
Com o passar do tempo, as coisas seguiram seu curso natural. Juliana sempre agindo em harmonia com o que era esperado. Sempre tentando adivinhar o que os outros esperavam dela para que pudesse logo realizar e ser, quem sabe, apreciada. Seu falar era doce, seus gestos eram modestos, ela era admirada por sua cautela e educação.
Por vezes fazendo algo contra sua própria vontade, sempre em nome dessa famigerada necessidade de aprovação. Sabe-se lá por parte de quem! E por qual motivo exatamente. O fato é que Juliana sempre andou na linha.
Ela não tinha o direito de errar, essa hipótese não existia em sua vida. Sempre depositaram muita confiança nela e em suas atitudes. Juliana cresceu ouvindo: "Sei que você não vai me decepcionar!" E essa é uma carga muito pesada para uma criança, a menina então passou a se sentir cobrada, pressionada! Ela não tinha o direito de escolher por si só, tinha que ser sempre o melhor sob os olhos de outrem.
Assim foi crescendo. Se esforçava para ser aceita, mesmo que isso fosse contra ela mesma. Então já não valorizava tanto o tesouro que guardava dentro de si, mas sim a opinião de seus expectadores. Já não era senhora de sua própria vida, vivia à mercê do que lhe era pré estabelecido. Sentia que não tinha o direito de opinar. Nunca foi livre para escolher, suas decisões eram as decisões dos outros.
Buscava as melhores palavras para nunca ofender. Não sabia dizer não. Não era reprovada na escola. Tinha medo do escuro e das pessoas. Apavorava-se com as grandes multidões. Depositava nos outros sua razão de ser e sua felicidade. Ela não podia ser vista fazendo nada errado. Não podia errar! E o que os outros vão pensar? E sua reputação? E?! E a menina foi aos poucos diminuindo, se calando, se apagando.. Enclausurada em sua própria vida.



Mas um dia ela cansou..



Juliana resolveu andar com suas próprias pernas. Aquele anseio por liberdade que existia dentro dela resolveu vir à tona e ela não pôde e nem tentou deter! Já não bastava acatar, obedecer. Resolveu viver e perdeu o medo de se expor. Ela queria errar de vez em quando. Queria experimentar o gosto da vida. Queria saber o que se esconde atrás do arco íris. Queria beber a vida numa golada só! Experimentar! Agora ninguém mais lhe diria o que ela deveria fazer. E se ela fosse vista burlando as regras já não ligaria. A menina resolveu ser autora e atriz de sua própria vida, com todos os riscos que isso oferece. Sabia o enorme risco que correria ao nadar contra a maré, mas isso já não lhe assustava tanto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Incógnita.

Perguntam quem sou e a resposta.. não sei! E fico cá a me questionar se de fato não sei ou se sei e não consigo explicar.
Não sei por quê imagens interioranas, dessa vida tão pacata, despertam em mim uma nostalgia quase depressiva, um vazio.. Como se o mundo inteiro habitasse lá fora, como se a vida ali fosse privada de um quê que não sei ao certo.
Também não sei por quê tenho essa ansia de sorver o mundo! Essa vontade de descobrir os "comos" e os "porquês" que meneiam a minha vida.
Não entendo também esse medo e ao mesmo tempo encantamento pelo desconhecido. Não entendo esse fascínio pelo ser humano, por suas máculas, por suas razões e desrazões, por sua falta de juízo e pela empatia.
Ainda me espanta esse jeito exacerbado de dramatizar as situações, de achar que o mundo pode ruir se o que eu quero não for feito agora, essa impaciência. Me admira também essa sedução pelos detalhes, pelas minúncias imperceptíveis aos olhos dos outros. Parece que os meus olhos, embora hipermetropes, enxergam mais, ou com mais fulgor ou, simplesmente, com mais vontade.
Me inquieta o julgo de viver em sociedade e a obrigação de se submeter ao que ela impõe. Me causa calafrios o fato das pessoas ainda serem julgadas pelo que têm, e não pelo que são. Não é incrível? Os psicólogos passam no mínimo 5 anos estudando todas as perspectivas humanas para, quem sabe, após uma análise minunciosa ter um vislumbre do que é a mente, do que é o ser humano, de por quê ele age de determinada maneira.. E nós, LEIGOS, nos achamos capazes de julgar o que é e o que não é, quem é bom e quem não é, quem vale mais só de olhar! Tsc, tsc.. Megalomaníacos!
Eu não sei por que gosto tanto das crianças e não gosto de animais (todo mundo gosta!).
Não sei por que gosto de fígado de galinha e não gosto de mandioca frita (todo mundo gosta!).
Não sei por que tenho pena de quem não precisa..

Mas me acalma o fato de que reconhecer que não se sabe é a premissa básica de quem deseja algo descobrir.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Livres pensadores!


Amigos!
Quanto tempo estive sumida, muda, calada, ocupada, sem graça, insípida, sem o que dizer! hehe. Não que seja esse o caso, o fato é que andei com demasiada preguiça de pensar por esses tempos. Preguiça de pensar não seria o termo mais apropriado, acredito que preguiça de sintetizar meus pensamentos é mais adequado. Porque minha mente é um turbilhão que nunca pára. Meu turbilhão!
Conheço uma pessoa que vive nos instigando a pensar nossos próprios pensamentos. Essa pessoa diz que nós não pensamos nada, que estamos sempre reproduzindo o pensamento de outrem. Mas não é difícil entender, existe um preço a ser pago por quem ousa pensar! E quando digo isso, não me refiro ao espírito contestador que vai contra os líderes, a sociedade, os pais e afins. Eu falo de seus pensamentos sobre você mesmo. Aqueles.. Escondidos, camuflados. O porque de você ser assim e não de outra forma, os seus próprios receios. A razão pela qual gosta de determinada coisa e detesta outra. Os seus instintos mais primitivos, os seus anseios! O seu desejo! Qual é? Será que você sabe? Será que se permite saber? Será que age como age porque escolheu, ou porque assim é mais fácil? Será que aquela coisa que julga não ser boa não é mesmo ruim, ou você está reproduzindo o que sempre ouviu? E se todo mundo estiver errado? E se? E se? E se..? Se.

"O homem não é senhor em sua própria casa." Freud.

(Mas isso fica pra uma outra hora.)

sábado, 2 de agosto de 2008

Luis Fernando Veríssimo

Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Amar, verbo intransitivo.

Amar, verbo intransitivo. Esse é o nome de um poema de Carlos Drummond de Andrade que sempre me intrigou. Talvez por não saber, até o dia de hoje, o que exatamente qualifica um verbo como intransitivo. Mas, reconhecendo essa minha ignorância, descobri. Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento, isto é, tem sentido completo. Amar é amar, oras! Não precisa ficar claro a quem se ama, nem em que circunstâncias se ama, nem por que se ama.. O verbo já carrega em si todo o sentido que se faz necessário.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Empatia: estado de alma.


Hoje estava assistindo televisão e passei rapidamente pelo programa da Sônia Abrão. Não é o tipo de programa que me apetece (acho sensacionalismo barato), mas a matéria que estavam exibindo no momento não me permitiu mudar de canal. Era sobre Frederico, um rapaz de 26 que sofre de esquizofrenia. Ele "vivia" acorrentado em um cômodo vazio pela própria família por que quebrava tudo em casa e engolia pequenos objetos como chaves, pedaços de arame, pregos. A mãe, que era quem ajudava o pai a cuidar do rapaz, morreu no início do ano em decorrência de um derrame. As pessoas que cuidam dele agora são o pai, o irmão e a cunhada.

A esquizofrenia é uma doença mental grave que se caracteriza classicamente por uma coleção de sintomas, entre os quais avultam alterações do pensamento, alucinações (sobretudo auditivas), delírios e embotamento emocional com perda de contato com a realidade, podendo causar um disfuncionamento social crônico.

Frederico não é capaz de comer sozinho, de tomar banho, de conviver com as pessoas. Seu "quarto", lugar onde fica o tempo todo, é um cômodo vazio, ocupado apenas por ele e a corrente na qual fica o tempo todo preso. Somente à noite seus familiares colocam um colchonete para ele dormir e cobrem-no. Frederico oferece muito risco para si mesmo e para qualquer pessoa, inclusive sua família. Já fora internado algumas vezes e voltou para casa porque os médicos disseram que o problema era crônico e não poderiam mantê-lo sob seus cuidados. No meio da entrevista com seus parentes, Frederico começou a gritar. Ele esbravejava palavras difíceis de compreender e sem sentido algum. Em dado momento, o repórter foi até o local onde ele estava. Então eu tive a visão de um Frederico abandonado, preso, sem os dentes, insalubre, sem dignidade, se movendo aleatoriamente e dizendo coisas sem nexo algum.

Enquanto o repórter ia fazendo perguntas ao pai e ao irmão, Frederico parecia prestar atenção, sempre se movendo, sempre balbuciando algo incompreensível. Então o repórter indaga ao irmão que deve ser difícil ver seu irmão nessa situação. Ele começa a chorar, com a dureza característica de um homem, e diz: "Além de meu irmão, ele era meu melhor amigo. Ninguém nos via sozinhos, sempre estávamos juntos. Eu perdi o meu melhor amigo."

Nesse momento.. Nesse exato momento, foi como se o problema fosse meu! Era como se o irmão fosse meu, como se a responsabilidade fosse minha! Já não era só a vida deles e a tristeza deles, mas aquilo despertou em mim o mais extraordinário sentimento que, em minha opinião, pode existir: a empatia.

O dicionário define empatia como a capacidade psicológica para se identificar com o eu de outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas. E é isso mesmo. Ver o mundo com os olhos de outra pessoa, do jeito que essa pessoa vê. Inclusive ver a nós mesmos. Diferente da simpatia, que pressupõe solidariedade, a empatia pressupõe compreensão. Quando não se cria empatia em uma relação, não há verdadeiramente um diálogo, e sim dois monólogos ocorrendo simultaneamente. Algumas situações não podem ser mudadas. Não será a sua preocupação ou o seu amor a chave mestra que, em um movimento mágico, tranformará as circunstâncias que abatem a vida das pessoas. Há uma frase antiga, que li há bastante tempo e não pude me esquecer. Ela elucida o que quero dizer: "Com um amigo é bem mais fácil esperar a chuva passar." Algumas vezes tudo que se precisa é ser amparado por um amigo. É saber que, embora a noite esteja fria e escura e a chuva gelada demais, você não está sozinho. Sinta pena das pessoas tristes e compreenda o imenso vazio dos solitários, ainda que você pense que não pode fazer nada por eles. Em algum momento de sua vida você esperará uma atitude semelhante a essa e verá o poder curador que existe na empatia.

Obrigada aos amiguinhos que acompanham esse blog e enchem minha bola com seus elogios. Se vocês soubessem como sou insuportável não fariam isso! rs. Brincadeiras à parte, espero ter sempre algo interessante a falar a ponto de merecer essa atenção a mim destinada.
Gosto de escutar, e de dizer sempre que me sinto capaz, mas é a palavra escrita que melhor entende a minha imperícia. A palavra é um dom que muito ambiciono e esses lisonjeios são os meus primeiros louros.
Beijos dessa aspirante a filósofa. =)

domingo, 27 de julho de 2008

É sempre mais escuro antes do amanhecer.


As coisas vão acontecendo e, inevitavelmente, nos fazendo pensar. Raciocinando sobre minha própria vida e de algumas pessoas que me cercam, tenho refletido sobre certos aspectos que, embora tão relevantes, só agora percebo com clareza. Descobri que se você não for feliz com o que tem e com o que é, dificilmente haverá alguma coisa no mundo que te faça feliz. Se basear sua felicidade em alguma coisa externa a você mesmo ou em alguém, estará condenado a uma, quem sabe, eterna clausura, a um infindável vir-a-ser, uma busca constante de algo que te complete. A vida é repleta de possibilidades! Se você se fecha em copas diante de uma situação ruim ou desfavorável, muito provavelmente não será capaz de perceber as inúmeras chances que ainda lhe restam. Seus olhos estão ocupados se preocupando. Todas as respostas que você procura já estão aí, dentro de você. É o fundamento da Maiêutica Socrática e se aplica a tudo na vida. Veja!

Esses dias estava lendo a respeito de Randy Pausch. Esse homem estava no auge de sua carreira, casado e pai de três filhos pequenos quando descobriu que tinha câncer no pâncreas e estava condenado a apenas 6 meses de vida. Randy disse que se fosse pintor, faria um quadro; se fosse músico, comporia uma canção, mas como era professor, resolveu dar uma aula: "A última lição." A última de sua vida. Dentre inúmeras coisas que estamos enfadados de saber, mas que não prestamos atenção por pensar que somos imortais, ele diz: "Não podemos mudar as cartas que nos dão, apenas como vamos jogar aquela mão." Randy morreu no dia 25 de julho, aos 47 anos. Mas sabem de uma coisa? Acredito que ele fez o que queria fazer, ele esgotou suas oportunidades! E foi feliz com o que ainda lhe restava. A vida nem sempre é justa, mas.. Você ainda tem as cartas. O que vai fazer com elas?


Lembre-se: Não se acostume com o que não o faz feliz. Só se vive uma vez, e você não terá outra chance de fazer sua vida valer a pena. Faça hoje.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Conhece-te a ti Mesmo.


Um guerreiro samurai, conta um velha história japonesa, certa vez desafiou um mentre Zen a explicar o conceito de céu e inferno. Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:
_Não passas de um rústico... não vou desperdiçar meu tempo com gente da tua laia!
Atacado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, sacando da bainha a espada, berrou:
_Eu poderia matar-te por tua impertinência!
_Isso - respondeu calmamente o monge - é o inferno.
Espantado por ver a verdade no que o mestre dizia da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou a espada e fez uma mesura, agradecendo ao monge a intuição.
_E isso - disse o monge - é o céu.

O súbito despertar do samurai para seu estado de agitação ilustra a crucial diferença entre alguém se ver presa de um sentimento e tomar consciência de que está sendo arrebatado por ele. A recomendação de Sócrates - "Conhece-te a ti mesmo" - dirige-se a essa pedra de toque de inteligência emocional: a consciência de nossos sentimentos quando eles ocorrem.

Falaremos mais sobre isso..

Psicologando.


Psicólogo não adoece, somatiza.
Psicólogo não estuda, sublima.
Psicólogo não fofoca, transfere.
Psicólogo não conversa, pontua.
Psicólogo não fala, verbaliza.
Psicólogo não faz amor, liberta a libido.
Psicólogo não é indiscreto, é espontâneo.
Psicólogo não dá barraca, surta.
Psicólogo não tem ideias, tem insights.
Psicólogo não resolve problemas, fecha gestalts.
Psicólogo não pensa nisso, respira nisso.
Psicólogo não muda de interesse, muda de figura e fundo.
Psicólogo não come, internaliza.
Psicólogo não pensa, abstrai.
Psicólogo não é gente, é um estado de espírito.
Psicólogo não elogia, reforça .
Psicólogo não fica de mal, põe em extinção.
Psicólogo não troca as bolas, generaliza.
Psicólogo não dá toque, discrimina.
Psicólogo não puxa a orelha, pune.
Psicólogo não dá exemplo, faz modelação.
Psicólogo não é sincero, é assertivo.
Psicólogo não seduz, faz aproximações sucessivas.
Psicólogo não surpreende, libera reforço intermitente.
Psicólogo não finge, faz ensaio comportamental.
Psicólogo não sente, emite comportamentos encobertos.
Psicólogo não perde medo, dessensibiliza.
Psicólogo não fica a perigo, sofre privação.
Psicólogo não é porreiro, é reforçador
Psicólogo não muda de vida, opera no ambiente.
Psicólogo não melga, libera reforço contínuo.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

E o futebol corre nas veias!


Ontem aconteceu uma coisa diferente.. Inusitada!

Estava eu tranqüila da vida vendo a novela, sabendo que depois vinha o futebol. Todo mundo sabe o quanto odeio futebol, não faço questão de esconder isso. Final da “Libertadores”. Fluminense precisa de dois gols de diferença para ir à prorrogação (estou reproduzindo fielmente o que disseram ontem). Me bateu aquela má vontade.. “Tanta coisa boa pra passar e eles tem que passar logo esse futebol?! Saco!"

Nisso terminou a novela. Permaneci na Globo, talvez por preguiça de tirar o braço debaixo da coberta e pegar o controle (tava frio! Me crucifiquem!). Aí, minha gente, vi aquele Maracanã lotaaado (cerca de 80 mil torcedores, se não me engano). Coisa linda, viu! Não existe mesmo povo que ame mais futebol que o brasileiro. Se existe, não tenho notícia. E não há nada que congregue mais o brasileiro que futebol. É como se fossem todos um só! Aquela confusão de fogos, gritos, fumaça, gente feliz! Não consegui mudar de canal. Fiquei ali, contemplando aquele povo esperançoso com faixas: "EU ACREDITO!" Já estava rendida.. "Ai, Doutor, eu não me engano!" Meu coração já era FLUMINENSE!

Começa a partida. Eu ali, meio cabreira, sem saber ainda por que não fui ver o que tava passando nos outros canais, sem entender o motivo dos impedimentos.. Cinco minutos: o balde de água fria. LDU 1x0. E eu toda aflita! Meu Deus! Pra que? As únicas vezes que fico inclinada a essa paixão futebolística é nas finais de copa do mundo. Ah, aí sou brasileira mesmo! De gritar! De falar mal da mãe do juiz! De esbravejar com jogador! De chorar..

Bola rolando, coração batendo forte, ansiedade, ganas de roer unha! Fluminense empata o jogo! “GLÓRIA A DEUS!” Foi a minha interjeição. E a cada possibilidade de um novo gol, que sofrimento! Quem gosta de futebol tem que ter um coração muito forte.. Tiago Neves correndo com ares de herói. Naquele momento não havia niguém mais imponente que ele nesse mundo. Era o Brasil e Tiago Neves.

O jogo foi "fondo". Ainda resisti bravamente por um tempo. JOGAÇO, VIU!! Muita emoção, muito desespero, muita chance de gol.. Só que não aguentei e dormi. Foi bom não ter visto até o fim, hoje tive a notícia ruim: "Cevallos brilha nos pênaltis, e o título é da LDU." Não gosto de ver ninguém sofrer. É assim em tudo que nos entregamos demais, que esperamos demais, que temos muita expectativa. Quando ela se frustra, você padece, meu amiguinho.

Termino aqui minha resenha dessa minha noite de torcedora apaixonada com o comentário de Renato Gaúcho (técnico do Fluminense) acerca da derrota do time: "Foi o maior nocaute desde a perda do meu pai." Forte isso.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Envelhecendo..


Não é fácil ter 20 anos quando esperam que você viva como se tivesse 15 e, na verdade, você tem alma de 60.

Eles gostam de música eletrônica, eu prefiro a bossa.
Eles são movidos a “Ice”, eu não sobrevivo sem café.
Eles gostam de alta velocidade, eu estremeço à menor variação no velocímetro.
Eles querem aventura, eu busco quietude.
Eles gastam fortunas para estar onde a farra acontece, eu acho um desperdício.
Eles se jogam ao som de "Don't Stop The Music", eu falto pouco voar ouvindo "Depois de ter você".
Eles não conhecem 14 bis, eu não conheço Bob Marley.
Eles gostam de boates, eu prefiro os livros.
Eles são da noite, eu sou da cama.
Eles são diretos, previsíveis, eu gosto de sutilezas.
Eles são inquietos, eu poderia passar a tarde inteira aqui.. Conversando sobre o tempo.
Eles curtem hip hop, eu ouço Guarani FM.

Não tenho "miguxas", não converso "axim", não sei dançar!
Não sei nadar, tenho preguiça de correr, odeio futebol, não freqüento academia!
Sou mais os melodramas, as crianças, as conversas, as tardes cheirando a broa de fubá com café.
Gosto dos ditados populares bem colocados, das palavras requintadas, do português erudito, dos casos, da pureza do ser humano.
Me prendo aos detalhes sem importância para outrem.
Sou contra os relacionamentos superficiais, de pessoas que não se prendem a nada e a ninguém.
Tenho aversão a esse feminismo exacerbado e essa mania louca de independência da mulher.
Acho que a vida antigamente era mais fácil, ou na pior das hipóteses, menos exaustiva.

Não é fácil. Se eu queria ser diferente? Não! Queria ser assim mesmo! Carregando a saudade de lembranças que o tempo me deixou, regada por velhos costumes. Na boca ainda guardo o gosto da infância de pés no chão e cabelo bagunçado. Daquele tempo guardado em minha memória..

domingo, 29 de junho de 2008

Palavras ao vento.



A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra amor e se acha importantíssima por isso! Com A se escreve ARREPENDIMENTO, que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás; e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: ADEUS. Ah, é com A que se faz ABRACADABRA, palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe e vice-versa.
Com B se diz BELO - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a BÊNÇÃO, um sim que pretende dar sorte.
Com C, CALENDÁRIO, que é onde moram os dias; e o CARNAVAL, esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. CIVILIZADO é quem já aprendeu a cantar "parabéns pra você" e sabe o que é CONTRATO: "você isso, eu aquilo, com assinatura em baixo".
Com D, se chega à DEDUÇÃO, o caminho entre o "se" e o "então". Com D começa DEFEITO, que é cada pedacinho que falta para se chegar à perfeição; e se pede DESCULPA, uma palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de EFÊMERO, quando o eterno passa logo; de ESCURIDÃO, que é o resto da noite se alguém recortar as estrelas; e EMOÇÃO, um tango que ainda não foi feito. E tem também EBA!, uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo.
F é para FANTASIA, qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; FÁBULA, uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e FÉ, que é toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a confundem com o J. G, de GRADE, que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de GOLEIRO, alguém em quem se pode botar a culpa do gol; G de GENTE: carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de HISTÓRIA: quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de IDADE, aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.
J de JANELA, por onde entra tudo que é lá de fora; e de JASMIM, que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.
L de LÁ, onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de LÁGRIMA, sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração; e de LOUCURA, coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.
M de MADRUGADA, quando vivem os sonhos...
N de NOIVA, moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro.
O de ÓBVIO, não precisa explicar...
P de PECADO, algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de REBOLAR, o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de SAGRADO, tudo o que combina com uma cantata de Bach; de SEGREDO, aquilo que você está louco pra contar; de SEXO: quando o beijo é maior que a boca.
T é de TALVEZ, resposta pior que “não”, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança; de TANTO, um muito que até ficou tonto; de TESTEMUNHA: quem por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.
U de UI, um “ai” que ainda é arrepio; de ÚLTIMO, que anuncia o começo de outra coisa; e de ÚNICO: tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de VAZIO, um termo injusto com a palavra nada; de VOLÚVEL, uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de XINGAMENTO, que é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e de XÔ, única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro... Z de ZAGA, algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de ZEBRA, quando você esperava liso e veio listrado; e de ZÍPER, fecho que precisa de um bom motivo pra ser aberto; e de ZURETA, que é como fica a cabeçada gente ao final de um dicionário inteiro.
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Não! Não é de minha autoria, embora eu gostaria muito que fosse. É de Pedro Bial, e já perdi a conta de quantas vezes li, reli, pensei sobre.. O que mais fica na minha cabeça é: Por que não pensei nisso antes?! rs. Se tivesse pensado, será que estaria na Rede Globo? Gosto de pensar que sim.
Ultimamente tenho pensado bastante nessa coisa das PALAVRAS, sabe? No sentido que elas tem, na sua força! Amigos, Hitler não fez milagres para convencer todos que se aliaram a ele em sua monstruosa empreitada. Sabem qual foi sua única arma? A PALAVRA. Querem saber como é que as coisas que NÃO SÃO passam a ser? PELA PALAVRA. Esse assunto não acaba por aqui, voltarei a me inclinar sobre ele, mas isso em outra ocasião. Por hoje estou demasiadamente exausta para discorrer sobre qualquer coisa. (Aff!)
Tomara que tenham gostado do texto tanto quanto eu.
Até a próxima.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Do passado e de agora.

Tenho pensado em certas questões que nos cercam ao longo da vida. E ainda hoje, na aula de filosofia, a Gestalt-terapia me fez atentar mais ainda para isso. Ela simplesmente não considera tão importante o passado, mas o agora. A própria palavra Gestalt se refere, bruscamente, ao que é colocado diante dos olhos. É mais importante descrever do que explicar: o “como” precede o “porque”. O essencial é o processo que está se desenvolvendo aqui e agora.

Daí nos deparamos com algo questionador: Será que o passado é assim tão determinístico? Até que ponto minhas vivências passadas têm esse poder iminente sobre o que sou? E até que ponto cabe (se é que cabe, em algum momento) responsabilizar meu passado pelo meu presente ou futuro?

Por estes dias as pessoas estão viciadas nos medos do passado. Todas as suas dúvidas, questões, ou indecisões têm uma história mal resolvida no passado, um fantasma escondido no armário da memória, um complexo com o qual não convivem bem. É a sua muleta, que se há de fazer? Mas onde diabo fomos buscar essa idéia peregrina de que conviver com os nossos medos do passado, ou com os fantasmas que nos assombram o presente é razão suficiente para evitar erros no futuro? Escarafunchando no passado as razões para as coisas do presente e, com sorte, a solução do futuro.

Viver não é simples e está longe de ser fácil. Não será mais justo, se calhar mais acertado, perceber que se as pessoas querem algo, e depois deixam de o querer e isso não deve ser visto como incoerência, ou imputado a outra coisa que não seja o seu próprio desejo, ou vontade!?

Tornemo-nos senhores de nós mesmos! Ou, no mínimo, responsáveis pelo que somos, escolhemos, cremos, fazemos. Porque se você parar pra pensar, no final das contas é você e você. E o seu prestar de contas será individual, porque as conseqüências também serão só suas.

domingo, 22 de junho de 2008

domingo, 8 de junho de 2008

A fórmula da felicidade.


Hoje estava conversando com uns amigos sobre "análise/terapia". Disse a eles que estou morta de vontade de fazer e que, na faculdade, já disseram ser de suma importância a todo psicólogo. Às vezes penso que se até hoje não deixei de só querer e fui adiante por medo do psicólogo dizer que meu caso não tem solução.. (ui! rs) Voltando aos fatos, um desses amigos, citou, ainda que sem saber, o método da Psicanálise de Freud - associação livre - onde o paciente diz "o que lhe vem à cabeça" sem se importar se faz sentido. E quando faz isso, ele precisa organizar seus pensamentos, de forma que passa a ter uma compreensão maior da dimensão de seus problemas. Amigos, não estou aqui a definir a psicanálise, não tenho respaldo para isso. Só estou tentando explicar de forma compreensível a leigos (como eu).
Nessa situação, parei pra pensar no quanto às vezes superestimamos os problemas. Quando estamos dentro de determinadas situações, parece que uma cegueira súbita nos advém! Para comprovar isso, basta atentar ao fato de que sempre vemos soluções (ou quase sempre) para os problemas alheios quando dos nossos.. Aff! Recordo-me de que no início do semestre, questionei a um professor sobre o fato dos psicólogos não conseguirem ser as-pessoas-mais-felizes-da-terra, já que sabem transpor qualquer tipo de problema. Não faz sentido pra você? Se ele sabe resolver os problemas alheios, então que resolva também os próprios, e seja PERFEITO! Bem resolvido! Feliz! Aleluiaa! Mas amigos, sabem qual foi a resposta do professor (que por sinal é psicólogo)?
...
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..."Só consegue viver bem aquele (psicólogo ou não) que conhece suas emoções e vive bem com elas." Está decepcionado? Achou simplista? Redundante? Talvez. Mas me diga: Você consegue? Consegue ser humilhado e não se alterar? Consegue ficar tranqüilo em meio ao caos? Em paz, quando tudo em volta grita? Consegue ser xingado e não se exaltar? Consegue ser elogiado e não se sentir o melhor dos mortais? Consegue vencer seus desejos, sentimentos? Até que ponto? Por quê? E para quem? Será que você consegue mesmo ou só tenta se enganar? Será que há essa possibilidade?
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...Eu conheci alguém que conseguiu. Mas isso fica para uma próxima postagem.

sábado, 7 de junho de 2008




COMO ELA CRESCEU!!


sexta-feira, 6 de junho de 2008

Nossas verdades são só palpites..



Para vosso deleite: Rubem Alves.

"Como Jesus mesmo disse, Deus faz sua chuva cair sobre maus e bons, e o sol brilhar sobre justos e injustos. A água da chuva, todo mundo sabe o que é. O calor do sol, todo mundo sabe o que é. A confusão sobre Deus – chuva e sol – começa quando religiões afirmam que prá se molhar na chuva e se aquecer ao sol é preciso ter idéias certas sobre a chuva e o sol, idéias que só elas têm, e que se chamam dogmas. Essas religiões pensam que conseguiram engaiolar Deus. Deus só existe dentro delas. Religiões são gaiolas vazias. Não. Não estão vazias. Dentro delas há um pássaro empalhado. Mas Deus é um pássaro em vôo... Há um ditado judeu que diz: “Os homens pensam. Deus ri.” Ele se ri das bobagens que pensamos sobre ele – ou ela, não estou bem certo. O mar também se riria de nós..."

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Que vontade de chorar.. Rubem Alves


Era uma manhã fresca e transparente de primavera. Parei o carro na luz vermelha do semáforo. Olhei para o lado – e lá estava ela, menina, dez anos, não mais. O seu rosto era redondo, corado e sorria para mim. “O senhor compra um pacotinho de balas de goma? Faz tempo que o senhor não compra...” Sorri para ela, dei-lhe uma nota de um real e ela me deu o pacotinho de balas. Ela ficou feliz. Aí a luz ficou verde e eu acelerei o carro, não queria que ela percebesse que meus olhos tinham ficado repentinamente úmidos.Quando eu era menino, lá na roça, havia uma mata fechada. Os grandes, malvados, para me fazer sofrer, diziam que na mata morava um menino como eu. “Quer ver?”, eles perguntavam. E gritavam: “Ô menino!” E da mata vinha uma voz: “Ô menino!” Eu não sabia que era um eco. E acreditava. Nas noites frias, na cama, eu sofria, pensando no menino, sozinho, na mata escura. Onde estaria dormindo? Teria cobertores? Os seus pais, onde estariam? Será que eles o haviam abandonado? É possível que os pais abandonem os filhos?Sim, é possível. João e Maria, abandonados sozinhos na floresta. Os seus pais os deixaram lá para serem devorados pelas feras. Diz a estória que eles fizeram isso porque já não tinham mais comida para eles mesmos. Será que os pais, por não terem o que comer, abandonam os filhos? Será por isso que as crianças são vistas freqüentemente na floresta vendendo balas de goma? Será que havia balas de goma na cesta que Chapeuzinho Vermelho levava para a avó? Será que a mãe de Chapeuzinho queria que ela fosse devorada pelo lobo? Essa é a única explicação para o fato de que ela, mãe, enviou a menina sozinha numa floresta onde um lobo estava à espera.Num dos contos de Andersen uma menininha vendia fósforos de noite na rua (se fosse aqui estaria num semáforo), enquanto a neve caía. Mas ninguém comprava. Ninguém estava precisando de fósforos. Por que uma menininha estaria vendendo fósforos numa noite fria? Não deveria estar em casa, com os pais? Talvez não tivesse pais. Fico a pensar nas razões que teriam levado Andersen a escolher caixas de fósforos como a coisa que a menininha estava a vender, sem que ninguém comprasse. Acho que é porque uma caixa de fósforos simboliza calor. Dentro de uma caixa de fósforos estão, sob a forma de sonhos, um fogão aceso, uma panela de sopa, um quarto aquecido... Ao pedir que lhe comprassem uma caixa de fósforos numa noite fria a menininha estava pedindo que lhe dessem um lar aquecido. Lar é um lugar quente. Pois, se você não sabe, consulte o Aurélio. E ele vai lhe dizer que o primeiro sentido de “lar” é “o lugar da cozinha onde se acende o fogo.” De manhã a menininha estava morta na neve, com a caixa de fósforos na mão. Fria. Não encontrou um lar.Um supermercado é uma celebração de abundância. No estacionamento as famílias enchem os porta-malas dos seus carros com coisas boas de se comer. “Graças a Deus!”, eles dizem. Do lado de fora, os famintos, que os guardas não deixam entrar. Se entrassem no estacionamento a celebração seria perturbada. “Dona, me dá uns trocados?” O menino estava do lado de fora. Rosto encostado na grade, o braço esticado para dentro do espaço proibido, na direção da mulher. A mulher tirou um real da bolsa e lhe deu. Mas esse gesto não a tranqüilizou. Queria saber um pouco mais sobre o menino. Puxou prosa. “Para que você quer o dinheiro?” perguntou. “Prá voltar prá onde eu durmo.” “E onde é a sua casa?” “Não vou voltar prá casa. Eu não moro em casa. Eu durmo na rua. Fugi da minha casa por causa do meu pai...”Em muitas estórias o pai é pintado como um gigante horrendo que devora as crianças. Na estória do “João e o pé de feijão” ele é um ogro que mora longe, muito alto, nas nuvens, onde goza sozinho os prazeres da galinha dos ovos de ouro e da harpa encantada. Mãe e filho, lá embaixo, morrem de fome. Por vezes as crianças estão mais abandonadas com os pais que longe deles. Como aconteceu com a Gata Borralheira. Seu lar estava longe da mãe-madrasta e das irmãs: como uma gata, o borralho do fogão era o único lugar onde encontrava calor.E comecei a pensar nas crianças que, para comer, fazem ponto nos semáforos, vendendo balas de goma, chocolate bis, biju. Ou distribuindo folhetos... Ah! Os inúteis folhetos que ninguém lê e ninguém quer e que serão amassados e jogados fora. O impulso é fechar o vidro e olhar para a criança com olhar indiferente – como se ela não existisse. Mas eu não agüento. Imagino o sofrimento da criança. Abro o vidro, recebo o papel, agradeço e ainda pergunto o nome. Depois, discretamente, amasso o papel e ponho no lixinho...E há também os adolescentes que querem limpar o pára-brisa do carro por uma moeda. Já sou amigo da “turma” que trabalha no cruzamento da avenida Brasil com a avenida Orozimbo Maia. Um deles, o Pelé, tem inteligência e humor para ser um “relações públicas”...Lembro-me de um menino que encontrei no aeroporto de Guarapuava. No seu rosto, mistura de timidez e esperança. “O senhor compra um salgadinho para me ajudar?” Ficamos amigos e depois descobrimos que a mulher para quem ele vendia os salgadinhos o enganava na hora do pagamento...Um outro, no aeroporto de Viracopos, era engraxate. O pai sofrera um acidente e não podia trabalhar. Tinha de ganhar R$ 20.00. Mas só podia trabalhar enquanto o engraxate adulto, de cadeira cativa, não chegava. Tinha, portanto, de trabalhar rápido. Tivemos um longa conversa sobre a vida que me deixou encantado com o seu caráter e inteligência – ao ponto de ele delicadamente me repreender por um juízo descuidado que emiti, pelo que me desculpei.E me lembrei das meninas e meninos ainda mais abandonados que nada têm para vender e que, à noitinha, nos semáforos (onde serão suas casas?), pedem uma moedinha...Houve uma autoridade que determinou que as crianças fossem retiradas da rua e devolvidas aos seus lares. Ela não sabia que, se as crianças estão nas ruas, é porque as ruas são o seu lar. Nos semáforos, de vez em quando, elas encontram olhares amigos.Os especialistas no assunto já me disseram que não se deve ajudar pessoas nos semáforos, pois isso é incentivar a malandragem e a mendicância. Mas me diga: o que vou dizer àquela criança que me olha e pede: “Compre, por favor...”? Vou lhe dizer que já contribuo para uma instituição legalmente credenciada? Me diga: o que é que eu faço com o olhar dela?Minhas divagações me fizeram voltar ao Irmãos Karamazóvi, de Dostoiévski. Um dos seus trechos mais pungentes é uma descrição que faz Ivan, ateu, a seu irmão Alioscha, monge, da crueldade de um pai e uma mãe para com a sua filhinha. “Espancavam-na, chicoteavam-na, espisoteavam-na, sem mesmo saber por que o faziam. O pobre corpinho vivia coberto de equimoses. Chegaram depois aos requintes supremos: durante um frio glacial, encerraram-na a noite inteira na privada sob o pretexto de que a pequena não pedia para se levantar à noite (como se um criança de cinco anos, dormindo o seu sono de anjo, pudesse sempre pedir a tempo para sair!). Como castigo, maculavam-lhe o rosto com os próprios excrementos e a obrigavam a comê-los. E era a mãe que fazia isso – a mãe! Imagina essa criaturinha, incapaz de compreender o que lhe acontecia, e que no frio, na escuridão e no mau cheiro, bate com os punhos minúsculos no peito, e chora lágrimas de sangue, inocentes e mansas, pedindo a ‘Deus que a acuda’. Todo o universo do conhecimento não vale o pranto dessa criança suplicando a ajuda de Deus.”Num parágrafo mais tranqüilo o starets Zossima medita “Passas por uma criancinha: passas irritado, com más palavras na boca, a alma cheia de cólera; talvez tu próprio não avistasses aquela criança; mas ela te viu, e quem sabe se tua imagem ímpia e feia não se gravou no seu coração indefeso! Talvez o ignores, mas quem sabe se já disseminaste na sua alminha uma semente má que germinará! Meus amigos: pedi a Deus alegria! Sede alegres com as crianças, como os pássaros do céu.”Quando essas imagens começaram a aparecer na minha imaginação comecei a ouvir (essas músicas que ficam tocando, tocando, na cabeça...) sem que a tivesse chamado aquela canção “Gente humilde”, letra do Vinícius, música do Chico. “Tem certos dias em que eu penso em minha gente e sinto assim todo o meu peito se apertar...” Pelo meio o Vinícius conta da sua comoção ao ver “as casas simples com cadeiras nas calçadas e na fachada escrito em cima que é um lar”. Termina, então, dizendo: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não ter como lutar. E eu que não creio peço a Deus por minha gente. É gente humilde. Que vontade de chorar.”Se fosse hoje o Vinícius não teria vontade de chorar. Ele riria de felicidade ao ver as cadeiras nas calçadas e as fachadas escrito em cima que é um lar... Vontade de chorar ele teria vendo essa multidão de crianças abandonadas, entregues ou à indiferença ou à maldade dos adultos: “E aí me dá uma tristeza no meu peito feito um despeito de eu não saber como lutar...” Só me restam meu inútil sorriso, minhas inúteis palavras, meu inútil Real por um pacotinho de balas de goma...1. Se dependesse de mim, nas escolas onde se formam os professores haveria cursos de “Como amar uma criança”. E a pergunta decisiva a todos os que pretendessem ser professores seria: “Você ama as crianças?” Essa é a primeira condição. Quem não ama uma criança não tem o direito de ser professor – ainda que tenha todas a teorias na cabeça.2. “Nosso mais forte elo com a vida é o franco e radiante sorriso de uma criança”: Janusz Korczak. Janusz Korczak foi um educador polonês que morreu com as crianças judias de sua escola. Tendo lhe sido oferecida a possibilidade de liberdade, escolheu entrar com elas na câmara de gás de Treblinka.


(Correio Popular, Caderno C, 14/10/2001.)

domingo, 1 de junho de 2008

Como pensa seu coração?

Enganoso é coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
(Jeremias 17:9)
MAS..
E lhes darei um só coração, e porei dentro deles um novo espírito; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne.
(Ezequiel 11:19)
E ENTÃO:
Amados, se o coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus.
(1 João 3:21)

Há algo sobre o homem que o agente funerário não pode embalsamar; que os coveiros não podem tocar. Como um ser físico, o homem tem um coração e através de suas contrações rítmicas o sangue, que é a vida da carne, circula pelo corpo e assim a vida é mantida. Como um ser espiritual, o homem também tem um coração. Os psicólogos classificam as faculdades da alma como: mente, coração e vontade. Eles fazem da mente a base do entendimento; o coração a base da afeição e a vontade a base da escolha e da decisão. A Bíblia usa o coração como uma metáfora do espírito humano. O homem pensa com o coração, entende com o coração, ama com o coração, escolhe com o coração e toma decisões com o coração. Pelo menos, deveria. E deveria pelo simples fato de que esse encargo lhe foi concedido pelo próprio Deus. Ele não ousaria dizer que "se o nosso coração não nos condena, temos confiança diante de Deus", se esse coração ainda fosse, digamos, enganoso. Concordam, amigos?
Como o homem pensa em seu coração, assim ele é. (Provérbios 23:7)
_____________________________________________________
"Faça o que ele manda. Ouça o que ele diz. Confie nele. Não o entregue tão facilmente, mas coloque-o em tudo o que você faz. Deixe-o bater forte. Mantenha quem você ama perto dele seja ele mole ou feito de pedra. Cuide bem dele! Ele é a coisa mais importante que você possui.. Ame seu coração!"

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Freedom \o/


Satisfazer simplesmente as necessidades não é a finalidade de um ser livre das determinações da natureza. A simples satisfação de um impulso pode ser agradável ao corpo e desagradável ao espírito, daí o ser humano estar sempre envolvido com escolhas, com opções, com decisões que o comprometem a cada momento, algumas para sempre. O ser humano escolhe. O ser humano ordena a sua vida na direção escolhida por sua liberdade e o não escolhido, as alternativas para sua opção fundamental, é vivido como renúncia, o que aumenta as aquisições do espírito.

E isso se chama liberdade!

Enquanto seres livres é necessário que esteja bem claro dentro de nós a diferença entre usufruir a liberdade e se tornar escravo dela. Às vezes, enquanto súdito desse poder-fazer, o homem se sente coagido a tomar determinadas atitudes que nem quer tanto assim!! Engraçado isso, não é? "Ah, mas se eu posso, por que não?". Pensamento medíocre. Mas quem de nós nunca se viu em situação parecida?

Então.. Quem é livre afinal? Livres são os que perdem o medo de ser o que são. Havendo Cristo nos dado a máxima liberdade que fosse possível dar a alguém que estivesse cativo, o quão livres de fato somos? Nossa liberdade é proporcional à compreensão que temos dela.
\o/
Para a liberdade foi que Cristo nos libertou!!
(Gálatas 5:1 )

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Entendia o valor que as palavras possuem e sabia empregá-las. Não tinha medo de usá-las, nem de decifrá-las. Não tinha medo das palavras nem mesmo enquanto essas ainda estavam em sua mente. Sem forma, mas não vazias. Repletas de sentido. Subordinadas, imperativas.

domingo, 25 de maio de 2008

Quem for mineiro leia, quem não for tente.



"Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomano uma pimcumel e cuzinhano um kidicarne com mastumate pra fazê uma macarronada com galinhassada. Quascai de susto quando ouvi um barui vino de dendo forno pareceno um tidi guerra. A receita mando pô midipipoca denda galinha prássa. O forno isquentô, i a galinha isprudiu! Nossinhora! fiquei branqui, nem um li di leiti. Foi um trem doidi mais. Quascai dendapia! Fiquei sensabê doncovim, oncotô, poncovô. Grazadeus ninguém maxucô."


Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer, é fingir que não sabe aquilo que sabe, é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Um bom Mineiro não laça boi com imbira, não dá rasteira no vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, não estica conversa com estranhos, só acredita na fumaça quando vê fogo, só arrisca quando tem certeza, não troca um pássaro na mão por dois voando. Ser Mineiro é dizer "uai", é ser diferente, é ter marca registada, é ter história. Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância. Ser Mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua, é ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado, é sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida. Ser Mineiro é ser religioso e conservador, é cultivar as letras e as artes, é ser poeta e literato, é gostar de política, é amar a liberdade, é viver nas montanhas, é ter a vida interior, é ser gente.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pensar a vida, saltar o abismo.


Olá, amigos! Esse texto que publicarei abaixo não é meu (infelizmente). É de Dulce Critelli, vale MUITO a pena ler.


Texto publicado na coluna “Outras Idéias” , Folha Equilíbrio, “Folha de São Paulo”, de 10 de outubro de 2002.


Há poucos dias, ao final de uma palestra um rapaz me procurou dizendo que tinha sido sua dor que o levara até lá. Sentia-se confuso e perdido na própria vida. Buscava uma palavra que lançasse luz sobre sua existência, lhe indicasse uma saída, insinuasse como sua vida poderia ganhar sentido. O que lhe doía, simplesmente, era ser.
Quantas pessoas já não me disseram o mesmo! Assistem a conferências e aulas de filosofia para pensar a vida. É uma atitude interessante, justamente porque a filosofia tem a fama de só tratar de questões abstratas e, por isso mesmo, ser inútil. Também Heidegger, esse grande pensador contemporâneo, concorda que com a filosofia não podemos fazer nada, como construir uma ponte ou uma estrada. E no entanto, considera, é a filosofia que faz alguma coisa conosco.
Acho que é isso o que as pessoas esperam, que as ajudando a compreender melhor a existência, a filosofia mexa com elas e, então, possam vencer essa dor de ser. Elas não querem tratar das dificuldades e problemas imediatos, mas do sentido da vida.
Todos nós já sentimos essa dor de ser e, vez ou outra, com uma intensidade quase insuportável. Sentimo-nos estrangeiros em nossa própria vida. Sentimo-nos em dívida com nós mesmos. Um vazio nos invade. Nossa existência perdeu o significado. Não sabemos mais quem somos nem quem podemos ser. Queremos que alguém nos explique o viver! Que alguém nos explique quem somos e a que viemos!...
A dor de ser faz parte da nossa natureza. Não agüentarmos apenas ser, temos que ser nós mesmos. Não queremos repetir ninguém nem que ninguém nos copie. Também não nos basta que os outros aprovem nossa vida. É preciso que ela faça sentido para nós mesmos.
Essa dor sentida é, no entanto, apenas uma face da moeda, a outra, que mal reparamos, é a de uma bem-aventurança. Se podemos sentir a dor de nos ter perdido de nós mesmos, é porque temos o poder de nos encontrar novamente.
O que nos angustia e deixa aturdidos nessa história, é que para esse indivíduo exclusivo que somos e para o sentido pessoal de nossas vidas, não há nenhuma referência possível.. Os modelos culturais e os outros com quem convivemos podem nos inspirar, mas apenas isto. O resto é conosco. Temos que ser ao mesmo tempo os autores, os atores e os juizes de nosso próprio existir.
A certeza de que morreremos, mas sem saber quando, é o que muitas vezes nos empurra para essa tarefa sem referências de tomarmos nas mãos o nosso destino, a nossa história exclusiva e de emprestarmos para a vida a nossa própria cara. Temos pouco tempo.
E tudo é risco, é aposta. É passo sobre o abismo. Que exige coragem. E preparação.
Esta preparação é tarefa do pensar, da reflexão. O que a filosofia pode fazer conosco é isto: ensinar-nos a pensar. E conhecer esse “segredo” já é meio caminho andado.
Pensar, ou refletir, não é perder-se em elucubrações, análises, cálculos, infindáveis relações. Ao contrário, é estancar esse tráfego incessante de palavras e idéias em que nos atolamos e penetrar naquilo que ainda é invisível e desconhecido para nós, trazendo-o para a luz. Pensar começa por parar (o tráfego de idéias) para pensar.
Quando paramos para pensar, podemos nos observar e flagrar quais medos, fantasias, crenças, preconceitos nos têm influenciado. Flagrando-os, nós interrompemos o seu fluxo e o domínio que vinham tendo sobre nós. Eles emudecem. Silenciam. E nós mesmos entramos em silêncio.
E é só quando ficamos silenciosos que começamos a nos ouvir. A ouvir a voz que vem lá das nossas profundezas, sábia, revelando o sentido de nossa vida, o caminho, o gesto necessário. Enchendo-nos de coragem para o passo sobre o abismo. Transformando a dor em bem-aventurança, em vontade, em decisão. Descobrindo nosso próprio poder. Preparando-nos para ir ao encalço de ser quem só nós mesmos podemos ser e de viver como só nós mesmos podemos viver.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O Caso da Ponte ...


JOÃO era casado com MARIA e se amavam.
Depois de um certo tempo, João começou a chegar cada vez mais tarde em casa.
Maria se sentiu abandonada e procurou PAULO, que morava do outro lado da ponte. Acabaram amantes e Maria voltava para casa sempre antes do marido chegar.
Um dia, quando voltava, encontrou um BANDIDO atacando as pessoas que passavam na ponte. Ela correu de volta para a casa de Paulo e pediu proteção. Ele respondeu que não tinha nada a ver com isso e que o problema era dela. Ela, então, procurou um AMIGO. Este foi com ela até a ponte, mas se acovardou diante do bandido e não teve coragem de enfrentá-lo.
Resolveu procurar um BARQUEIRO, mais para baixo do rio. Este aceitou levá-la por R$ 115,00, mas nenhum dos dois tinha dinheiro. Insistiram e imploraram, mas o barqueiro foi irredutível. Aí voltaram para a ponte e o bandido matou Maria.


Quem é o mais culpado nessa estória? E o menos culpado?


Em todos os momentos da nossa vida acontece algo semelhante. Não temos informações suficientes para julgar adequadamente, mas julgamos. Em vez de buscarmos mais informações, vamos preenchendo os espaços vazios com suposições e fantasias que são sempre baseadas em nossas crenças, valores e sentimentos. E, certamente cometemos injustiças... na maioria das vezes com aqueles a quem mais amamos. Tenho minha própria opinião acerca do caso. No entanto, hoje vou deixar a cargo de vocês essa questão. A classificação depende do que carregamos dentro de nós.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

"Eu? Nunca!"


Ó! Também não agüento mais ouvir falar desse caso Isabella. Ninguém agüenta, aliás. Mas desta vez, quero fazer uma abordagem diferente... E coerente.

Há alguns dias, na faculdade, um psicólogo clínico foi à nossa sala explicar um pouco sobre seu trabalho, para que tivéssemos uma noção desse campo de atuação. Em dado momento, ele salientou o quanto o ser humano é "hipócrita" em suas relações, colocando em questão tanto os Nardoni quanto o Ronaldo ("fenômeno"?). Tudo fez muito sentido para mim.

Os Nardoni somos nós! Ronaldo somos nós! Que erramos, falhamos, pecamos em um grau menos ou mais elevado. Somos nós os pais do assassino que, apesar de saber a verdade, se cala. Nós, que matamos a menina e simplesmente dizemos: "Eu? Nunca!". Que nos rendemos às mais ridículas situações e deixamos à vista somente o que interessa, o que nos eleva. É assim mesmo, desde o princípio. Só falamos sobre nós o que as pessoas gostariam de ouvir. Só agimos conforme manda o figurino, quando não, pelo menos como agem os outros macacos. Envolvido em suas próprias mentiras, em sua teia de hipocrisia, o homem quer sempre ser reconhecido, aplaudido, admirado.

Pobres narcisos atraiçoados. Passarão a vida entorpecidos por seus próprios enganos? Até quando? Quem consegue manter essa postura? Quem vai assumir o crime? O opróbrio... Quem é que vai dar a cara pra bater? Se revelar. Onde está sua menina estrangulada? Onde estão os travestis vigaristas? Onde você está na verdade? Eu quero pagar o preço por ser o que realmente sou.


terça-feira, 13 de maio de 2008

Seria o homem uma mera construção do acaso? Seria ele uma versão mais elaborada dos primatas?


Há algum tempo, ao terminar de almoçar, uma amiga e eu vimos que a sobremesa era mingau de milho. Ela vibrou! Ao contrário de mim, que manifestei na mesma hora minha repugnância pelo mesmo. Em um outro dia, ao perceber que a sobremesa era goiabada com queijo, quem ficou feliz fui eu. E minha amiga fez cara de "argh" enquanto eu comia.

Esse fato tão corriqueiro e banal me fez pensar em Deus. Fiquei olhando aquele doce e pensando: "Como podem dizer que não existe Deus? Como podem supor que o homem surgiu simplesmente? Como podem conceber a idéia de que um ser evoluiu até chegar ao que somos hoje?" A verdade é que criaturas tão minuciosas, peculiares, tão cheias de vontades só podem ter sido criadas por um arquiteto detalhista.

Deus criou o homem. Depois de criar o mundo em toda a sua magnitude, Ele partiu para aquela que seria sua obra prima. Cada órgão e suas funções, cada artéria, célula, nervo, músculo, cada particularidade que, se não é bem desempenhada, compromete todo o corpo.

É interessante pensar que quando criou a luz, Deus disse: "Haja luz!". E houve. Ao criar o céu, disse: "Haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas." Assim foi. A criação da luz, do céu, da terra, dos mares e de tudo quanto neles há, se deu por sua palavra. Pelo simples pronunciar de: "Haja!". Mas a Bíblia diz que ao criar o homem, "Deus o formou do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente." (Gênesis 2:7). Em tudo quanto fizera até então, Deus simplesmente disse. Mas ao homem Ele criou, formou, pensou, arquitetou. Mais que isso, Ele o fez conforme sua imagem. Não simplesmente como um animal inerte, mas um ser com vontades, repleto de qualidades, sentimentos, preferências e, principalmente, diferenças.

Alguns gostam de mingau de milho, outros não suportam. Uns adoram goiabada, outros têm verdadeira aversão. Existem os republicanos e os democratas, gregos e troianos, judeus e muçulmanos. Ciumentos, altruístas, pessimistas, vingativos, humanitários, solidários, mentirosos, corajosos, piedosos, desumanos. Stalin, Nietzsche, Einstein, Freud, Platão, Hitler, Aristóteles, Ghandi, Martin Luther King. Alguns refletem o próprio Deus, outros são tão alheios a Ele. O fato é todos são feitura Sua, por mais improvável que isso pareça. E no interior de cada qual, depositou uma essência única. Acredito que a beleza do homem se baseia nisso: Diferença! Diferença esta que não surgiria nem se daria por evolução. Somente alguém tão criativo seria capaz de formar seres tão parecidos e, ao mesmo tempo, tão opostos! Deus existe e é inimaginável o contrário. A maior prova disso? O homem e toda a sua complexidade.

Se não tiver amor..

Então, gente. Na verdade, sempre tenho coisas a dizer e falta o espaço para tal. Então tô fazendo isso agora.

Hoje, no Rhema, o pastor Paulo Sérgio disse algumas coisas que tenho que compartilhar com vocês! Ele nos dá aula de "Fruto do Espírito". Além de ser MUITO engraçado, também é muito sábio e comentou um fato que eu desconhecia.

A maldade de Nínive sobe até a presença de Deus. Ele ordena a Jonas que vá até lá e profetize ao povo dizendo que por causa disso a cidade seria destruída. Jonas, após relutar, o faz. Profetiza ao povo, dizendo: "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída! (Jn 3:4)" Os ninivitas então creram em Deus, se arrependeram, clamaram e abandonaram seus maus caminhos e a violência. E é nesse ponto que eu queria chegar! Sabe qual foi a reação de Jonas? "Jonas, porém, ficou profundamente descontente com isso e enfureceu-se. Ele orou ao SENHOR: 'SENHOR, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar mas, depois te arrependes. Agora, SENHOR, tira a minha vida, eu imploro, porque para mim é melhor morrer do que viver.' (Jn 4:1-3)"

Inacreditável, não é mesmo? Ao invés de se alegrar porque, afinal de contas, Deus não destruiria a cidade e o povo não morreria, Jonas se enfurece porque sua profecia não se cumpriu! Não cabe a mim analisar a fundo as características desse episódio, mas o que quero chamar à atenção é a atitude desse homem.

Quantos Jonas não existem nas igrejas? Quantas pessoas, em nome de um ministério, uma causa, um nome, uma posição ou simplesmente uma ideologia, se esquecem dos FRUTOS?! Nesse caso específico, do "fruto maior", que é o amor. "Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine." Falando em português claro, todos os dons desprovidos do FRUTO DO ESPÍRITO, são só barulho. Os dons sem os frutos trazem prejuízos à nossa vida.

Todavia, existe um caminho melhor! Este é o AMOR. Não se esqueçam.