domingo, 28 de setembro de 2008

Ensaio sobre a verdade.


Estava assistindo ao episódio de Smallville em que Chloe, depois de exposta à ação da kriptonita, passa a 'arrancar' a verdade das pessoas, se tornando uma espécie de detector de mentiras. Quando ela faz perguntas, as pessoas simplesmente sentem o impulso de dizer e dizem! Isso me fez pensar em algumas coisas..

Parece formidável, em um primeiro momento, saber a verdade acerca de tudo e todos. Imaginem: Ter respostas para todas as perguntas e saber que não se tratam de mentiras. Mas os resultados dessa habilidade são arrasadores para a Chloe e, imagino, para qualquer um que estivesse em seu lugar.

Primeiro, pensei em como seria se EU tivesse esse poder. Que coisas gostaria de ouvir? Que pessoas gostaria de questionar? Que segredos desvendar? Que mistérios revelar?

Depois, pensei na outra face da moeda: E se alguém, munido dessa capacidade, me questionasse? O que eu revelaria? O que me causaria pânico dizer? O que essa pessoa ouviria? O que ela gostaria de saber? O que pensaria de mim depois de revelado o conteúdo de meus mais profundos esconderijos? E como eu me comportaria diante disso?

A verdade pode ser uma coisa perigosa e sofrida. Como quando Chloe descobre que a vida da melhor professora do colégio era uma farsa, e esta era, na verdade, procurada por homicídio. Chloe arrasa a vida da professora e do filho quando revela este fato. E o fardo de carregar um segredo pode ser muito pesado. Como Pete, que precisa se policiar o tempo inteiro para não revelar o mistério de meneia a vida do amigo, Clark Kent.

Concluí que seria muito divertido e agradável ser capaz de saber o que se passa, realmente, na cabeça das pessoas. Mas pensei também que isso pode ser insuportável. É bom saber que as minhas verdades pertencem só a mim, e só revelo a quem, e quando, eu quiser. Os meus pensamentos são o meu lugar, o meu território inviolável, a menos que eu permita. As pessoas só saberão o que me convier que saibam. A recíproca também prevalece, não gostaria de arrombar o âmago das pessoas como porões lacrados. Que a verdade seja liberta apenas quando for cabível, e no mais, é cada um no seu quadrado mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

É o famoso: "cada um por si e Deus por todos."

beijos.