quinta-feira, 15 de maio de 2008

"Eu? Nunca!"


Ó! Também não agüento mais ouvir falar desse caso Isabella. Ninguém agüenta, aliás. Mas desta vez, quero fazer uma abordagem diferente... E coerente.

Há alguns dias, na faculdade, um psicólogo clínico foi à nossa sala explicar um pouco sobre seu trabalho, para que tivéssemos uma noção desse campo de atuação. Em dado momento, ele salientou o quanto o ser humano é "hipócrita" em suas relações, colocando em questão tanto os Nardoni quanto o Ronaldo ("fenômeno"?). Tudo fez muito sentido para mim.

Os Nardoni somos nós! Ronaldo somos nós! Que erramos, falhamos, pecamos em um grau menos ou mais elevado. Somos nós os pais do assassino que, apesar de saber a verdade, se cala. Nós, que matamos a menina e simplesmente dizemos: "Eu? Nunca!". Que nos rendemos às mais ridículas situações e deixamos à vista somente o que interessa, o que nos eleva. É assim mesmo, desde o princípio. Só falamos sobre nós o que as pessoas gostariam de ouvir. Só agimos conforme manda o figurino, quando não, pelo menos como agem os outros macacos. Envolvido em suas próprias mentiras, em sua teia de hipocrisia, o homem quer sempre ser reconhecido, aplaudido, admirado.

Pobres narcisos atraiçoados. Passarão a vida entorpecidos por seus próprios enganos? Até quando? Quem consegue manter essa postura? Quem vai assumir o crime? O opróbrio... Quem é que vai dar a cara pra bater? Se revelar. Onde está sua menina estrangulada? Onde estão os travestis vigaristas? Onde você está na verdade? Eu quero pagar o preço por ser o que realmente sou.


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