
"Sapassado, era sessetembro, taveu na cuzinha tomano uma pimcumel e cuzinhano um kidicarne com mastumate pra fazê uma macarronada com galinhassada. Quascai de susto quando ouvi um barui vino de dendo forno pareceno um tidi guerra. A receita mando pô midipipoca denda galinha prássa. O forno isquentô, i a galinha isprudiu! Nossinhora! fiquei branqui, nem um li di leiti. Foi um trem doidi mais. Quascai dendapia! Fiquei sensabê doncovim, oncotô, poncovô. Grazadeus ninguém maxucô."
Ser Mineiro é não dizer o que faz, nem o que vai fazer, é fingir que não sabe aquilo que sabe, é falar pouco e escutar muito, é passar por bobo e ser inteligente, é vender queijos e possuir bancos. Um bom Mineiro não laça boi com imbira, não dá rasteira no vento, não pisa no escuro, não anda no molhado, não estica conversa com estranhos, só acredita na fumaça quando vê fogo, só arrisca quando tem certeza, não troca um pássaro na mão por dois voando. Ser Mineiro é dizer "uai", é ser diferente, é ter marca registada, é ter história. Ser Mineiro é ter simplicidade e pureza, humildade e modéstia, coragem e bravura, fidalguia e elegância. Ser Mineiro é ver o nascer do sol e o brilhar da lua, é ouvir o cantar dos pássaros e o mugir do gado, é sentir o despertar do tempo e o amanhecer da vida. Ser Mineiro é ser religioso e conservador, é cultivar as letras e as artes, é ser poeta e literato, é gostar de política, é amar a liberdade, é viver nas montanhas, é ter a vida interior, é ser gente.
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